sexta-feira, 11 de março de 2011

Ford Edge Limited

Ford Edge Limited
A linha 2011 do Edge está mais mal encarada – e isso é um elogio. Apesar de ter mantido o mesmo corpo, os retoques aplicados sobretudo na dianteira deram ares de nova geração ao pacote de mudanças que, na realidade, não vão além de uma bem-sucedida remodelação. Conhecidos por unirem atributos dos SUVs ao conforto a bordo dos modelos de passeio, os crossovers estão conquistando cada vez mais os consumidores que não veem problema em abrir mão de um genuíno devorador de trilhas. Então, dá para definir crossover como um jipão tipicamente urbano, capaz de botar lenha na fogueira de duas turmas: das vans e dos SUV. Na mira do Edge 2011, dois alvos principais: o Hyundai Veracruz e o Toyota Hilux SW4.

A grade frontal com três lâminas horizontais grandes e cromadas são a nova cara da Ford – o Fusion, na remodelação aplicada no primeiro semestre de 2009, ganhou layout semelhante. Mas o destaque do Edge está no sistema de iluminação por leds, nas extremidades do para-choque frontal, em duas fileiras verticais. A novidade aposenta os antigos faróis de neblina,convencionais, redondos e de moldura cromada. Os faróis principais também são novos, com direito a uma plaqueta acrílica com o nome Edge gravado. Atrás, as mudanças foram mais discretas: para-choque, ponteira dupla de escapamento, lanternas e régua cromada na tampa do porta-malas são novos.

O Edge 2011 será vendido em duas versões, Limited e SEL. A primeira, topo de linha, custa 133 910 reais e tem rodas aro 20, porta-malas com movimentação elétrica da tampa, partida sem chave, câmera de ré, sistema multimídia premium com tela sensível ao toque, retrovisores externos com aviso luminoso de aproximação de veículos, bancos elétricos, revestimento interno de couro, ar-condicionado digital de dupla zona. Seu único (e caro) opcional é o teto solar panorâmico com acionamento elétrico, por 8 700 reais. A SEL (122 100 reais) é mais simples, mas não faz feio: tem rodas aro 18, seis airbags, couro, sensor de ré e som com MP3. A Ford enviou uma unidade completa para nossa avaliação.

O nível de interação com os sistemas do carro leva o motorista a passar algumas horas “brincando” com o computador. Numa paleta virtual, por exemplo, esferas coloridas 3D indicam as opções de cor disponíveis para a iluminação da cabine: você toca, seleciona e as luzes de cortesia mudam de cor. Dois conjuntos de botões emborrachados no volante permitem ao piloto operar os sistemas de som e telefonia, além do piloto automático.

Mecanicamente, a introdução de um duplo comando de válvulas variável e independente trouxe, segundo a Ford, um incremento de 7% de potência e 5% de torque, além de 4,5% de redução no consumo de gasolina. A explicação está no fato de que, com variação no tempo de abertura, as válvulas de admissão e escape trabalham de forma otimizada em função da necessidade momentânea. Se o motorista mantiver o pé leve sobre o acelerador, por exemplo, o Ti-VCT (nome dado ao sistema) ajusta cada eixo de comando de modo a proporcionar um trabalho de válvulas que priorize a economia de combustível. Já sob exigência severa, potência e torque passam a ser a prioridade.

Na pista, porém, ele apresentou resultados muito semelhantes aos do modelo antigo, avaliado no fim de 2008. Na aceleração, melhora de apenas 0,2 segundo (de 9,2 para 9 segundos). Quanto ao apetite, houve melhora apenas no consumo urbano (de 6,4 para 6,9 km/l) – no perímetro rodoviário, houve piora de 9,9 para 9,4 km/l. Os pneus de perfil baixo (245/50) dividem com a suspensão bem acertada os méritos do bom nível de estabilidade do grandalhão (4,68 metros de comprimento) e pesado (2 075 kg) Edge. Renovado, atual, mais moderno e atraente, o crossover tem uma segunda chance em sua vida no Brasil: encarar pesos-pesados japoneses e coreanos.

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