sexta-feira, 11 de março de 2011

Chevrolet Montana Sport

Chevrolet Montana Sport
Mas por que será que substituíram a Chevrolet Montana? Afinal, é uma das picapes leves mais vendidas do mercado. Era, para muitos, a mais bonita e seu projeto está longe de ser considerado ultrapassado. Tudo bem, depois de sete anos de mercado (ela chegou no fim de 2003), esta era uma boa época para mudanças. Mas, por tradição, os carros da General Motors são modelos que sempre tiveram vida longa entre nós. A resposta, em uma palavra: custo.

A nova Montana é o segundo modelo da família conhecida pelo nome-código Viva, que é a ponta de lança da renovação da Chevrolet no Brasil. Sua plataforma foi desenvolvida com um olho nas necessidades do consumidor e outro no custo, menor que o das plataformas europeias mais modernas. Mais simples, ela reúne elementos do primeiro Corsa (atual Classic) e do Prisma. Ela dispensa, por exemplo, uma inovação da segunda geração do Corsa (de 2002): a suspensão dianteira apoiada em subchassi. O recurso isola a suspensão do monobloco, filtrando vibrações e impactos, garantindo um rodar mais suave. Mas, desde que bem projetada, a suspensão pode prescindir do subchassi, como parece ter acontecido na nova Montana. Em nosso teste, a picape se revelou segura, estável e até mais confortável que a antecessora. E a decisão de abrir mão de uma plataforma mais cara possibilitou à GM entregar mais equipamentos, estratégia que já havia sido adotada no Agile e que se revelou o principal motivo do sucesso do hatch.

Traseira saliente Além da plataforma e do pacote de equipamentos, o Agile cedeu também no estilo da Montana. Toda a dianteira da picape saiu da mesma forma usada no hatch. Retirados os moldes, os designers só precisaram fazer ajustes para deixar a picape com aparência mais robusta. O para-choque dianteiro ficou musculoso e o teto ganhou um ressalto. A caçamba é nova. Ela herdou o degrau lateral embutido (Step Side) da antiga geração, mas conta com um saliência estilizada nos para-lamas, que remete às antigas picapes Chevrolet, segundo o designer Carlos Barba. A cabine estendida incorporou o conceito MaxiCab da primeira geração. Mas parece menor, em razão da coluna traseira mais discreta.

Internamente, o ambiente é quase o mesmo da primeira fila do Agile, com o acréscimo do espaço atrás dos bancos, com lugar para 164 litros de bagagem, o mesmo que existia na Montana antiga. No estilo, não há surpresas. Tem o mesmo painel do Agile. Até o tecido dos bancos, embora com mudanças no desenho em relevo, é igual ao do irmão. Muda a posição de dirigir, no entanto. Na Montana, o motorista fica mais alto que no Agile, o que é bom. Assim, é possível dirigir com as pernas um pouco mais esticadas e paralelas, embora o espaço para os pés continue apertado, com a embreagem muito próximo à caixa da roda. A nova postura vai agradar quem gosta de guiar picapes e utilitários, com aquela sensação de domínio da estrada. A distância em relação ao solo também aumentou: passou de 12,8 para 14,5 cm.

A capacidade de carga melhorou, com 758 kg, roubando da Peugeot Hoggar (742 kg, na versão X-Line) o posto de melhor da categoria. No volume, a GM divulga “1 180 litros sem o protetor de caçamba”. Mas, como ele é série, o espaço real é de 1 100 litros, inferior aos 1 151 da Hoggar. O comprimento da caçamba, 1,64 metro, comporta uma moto média.

A GM corrigiu ainda alguns detalhes que desagradavam os antigos donos, como a visibilidade traseira, devido à tampa alta da caçamba. Agora as laterais da caçamba foram arredondadas nas extremidades e a tampa foi rebaixada. Outra reclamação era a posição da trava da janela traseira basculante. Bastou inverter o sentido de abertura do vidro para resolver o problema. Assim, ficou mais fácil abrir e fechar a vigia.

Por enquanto, só haverá o motor 1.4 Econo.Flex. O 1.8 sai de cena, mas há planos de oferecer no futuro um segundo motor. Esse 1.4 é o mesmo da antiga Montana, com uma diferença. Enquanto na picape anterior ele rendia 105 cv no álcool, agora tem 102 cv. Segundo a GM, deve-se à diferença no espaço do motor, o que a obrigou a refazer os dutos de admissão, alterando o fluxo de ar. Mesmo assim, as perdas foram minimizadas com o remapeamento do motor, mantendo o nível de torque, que chegava a 13,4 mkgf a 2 800 rpm e agora atinge 13,5 mkgf a 3 200 rpm.

Nos testes, ela conseguiu um desempenho próximo ao do Agile, apesar de ligeiramente mais pesada (o Agile LTZ pesa 1 075 kg e a Montana Sport, 1 152). Na aceleração, os dois cravaram 12,8 segundos no 0 a 100 km/h. Em comparação à antiga Montana, que pesava 1 120 kg (versão Conquest) e fez 12 segundos na mesma prova, a nova foi um pouco mais lenta. No consumo, as médias foram de 6,8 km/l na cidade e 10 km/l na estrada, enquanto o Agile conseguiu 7,5 e 9,7 km/l e a Montana antiga, 7,2 e 9,8 km/l, respectivamente. Sempre com álcool. No conjunto, a falta de 3 cv no motor não fez muita diferença.

Segundo a GM, o nome Montana foi mantido porque tem força e já foi aprovado pelo mercado. A fábrica poderia chamar o modelo de Pick-up Agile, como já houve a Pick-up Corsa. Mas diz que nem quis pensar na possibilidade. Resta saber se a nova Montana vai corresponder às expectativas dos donos acostumados às virtudes da antecessora. Com mais equipamentos, caçamba maior e estilo renovado, pode ser que a nova picape faça os motoristas esquecerem a antiga. Mas essa resposta só o tempo vai dizer.



PICAPE DE ENTRADA

A versão básica, que deverá ser a preferida de quem compra a picape para trabalho, vem com banco do motorista com ajuste em altura, protetor de cárter e protetor de caçamba, de série. Mas seu pacote mais completo, ainda na versão LS, inclui ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo e trio elétrico, entre outros itens. E a top de linha Sport, igual à que aparece nas fotos, conta ainda com duplo airbag, ABS, piloto automático, sensor crepuscular e sistema de som com CD player, Bluetooth e entradas auxiliar e USB. Os preços finais da linha não haviam sido anunciados, até o fechamento desta edição. Mas a própria GM deixou claro que os valores deveriam ficar em torno de 31 900 reais, para a versão LS básica, e de 43 900, para a Sport.

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