segunda-feira, 13 de junho de 2011

Citroën DS4

Citroën DS4

Eis o modelo que vai formar, ao lado do DS3 e do futuro DS5, uma linhagem diferenciada







Nada define melhor um DS4, a segunda investida da Citroën para criar um tipo de carro mais descolado e refinado, do que o logotipo que simboliza sua nova submarca. Nele, aparecem estilizadas as duas letras da sigla, que faz menção ao clássico modelo de luxo de 1955. No carro atual, essa sigla usa o emblema do duplo Chevron de um jeito todo próprio. É como se os novos produtos da marca escrevessem o nome da empresa de uma forma diferente, mas preservassem sua essência. Assim, como acontece com um Audi e um Volkswagen - montados sobre uma mesma plataforma, mas com características bem diferentes -, Citroën e a linha DS foram feitos para oferecer sensações distintas, apesar de compartilharem a mesma base.

Só que no DS4 a Citroën deu um passo mais ousado que no DS3, a versão do C3 francês que fica a meio caminho entre um compacto esportivo e um hatch pequeno mais luxuoso. Destinado a um público que busca um compacto diferenciado e descolado, dentro da proposta do Mini, o DS3 agradou sem fazer nenhuma revolução. Desta vez, com o DS4, a sensação de ter um carro original e ousado ficou mais evidente.

Inspirado no DS High Rider, conceito do Salão de Genebra de 2010, ele mudou de categoria. Em vez de seguir as linhas de um bem definido hatch com quatro portas, o recém-chegado incorporou formas distintas. Encolheu quase 6 cm no comprimento, cresceu 4 cm na altura e ganhou maior distância do solo, tornandose quase um crossover. Mas não é só. Suas portas traseiras com maçanetas ocultas e o para-brisa prolongado e mais inclinado (45 graus) lhe dão um toque de cupê esportivo, realçado pelas rodas de liga aro 19 e as lanternas traseiras artisticamente esculpidas.

"Quisemos fazer um automóvel mais ágil, mais urbano e único", disse à QUATRO RODAS o designer Olivier Vincent, chefe de criação do projeto. "Com essa ruptura, concebemos um carro confortável, esportivo e com uma posição de dirigir mais alta." Por dentro, também avançou o uso de materiais luxuosos como alumínio e couro. "A proposta era criar um modelo com um toque de sofisticação tipicamente francês, usando elementos da alta costura, que tornaram nosso país conhecido", disse Olivier Daillance, responsável pela escolha dos materiais do interior. Não por acaso, Daillance trabalhava na Louis Vuitton, uma das referências do mundo das grifes. Saíram de sua cabeça detalhes como os pontos de costura diferenciados dos bancos. Ou a confecção caprichada do couro em estilo pulseira de relógio dos bancos do DS4 com o interior na versão top Sport Chic.

"Para atingirmos o nível de sofisticação que queríamos, a solução foi fazer neste carro a soma de detalhes que despertam vários sentidos: tato, visão, olfato, audição", diz Daillance. Ele não exagera. O couro do carro foi trabalhado para ter odor dos charutos cubanos Cohiba. A base da direção, achatada, exibe uma placa de alumínio. Do mesmo metal são esculpidos os retrovisores externos. Há quatro opções para sons de alerta de faróis ou cintos de segurança, ao gosto do freguês, com nomes sugestivos: Classic, Crystal Symphony, Jungle Fantasy, Urban Rythmik.

Os instrumentos do painel receberam contornos cromados e sua cor do fundo pode ser alterada ao gosto do cliente. O alumínio e a madeira dos acabamentos têm relevos e o console é revestido de material emborrachado. Volante e câmbio de couro, freio de estacionamento elétrico e ar-condicionado bizona fazem parte dos itens de série da versão Sport Chic. Os bancos dianteiros podem ainda ter massageadores e regulagem lombar elétrica.

Se nos bancos da frente os ocupantes encontram ainda mais conforto que no C4, a mudança de estilo resultou em menos espaço para os de trás. Mais estreito que o hatch, o DS4 também oferece 13 cm a menos para o banco traseiro. Concessão ao design, os vidros traseiros não abrem e o porta-malas também encolheu em 38 litros, caindo para 370 litros.

E não é só no visual e no espaço que o DS4 difere do C4. Para dar um caráter mais esportivo à condução, a nova suspensão tem regulagem mais dura, agradando a quem busca uma direção mais esportiva.

Previsto para desembarcar na Europa em junho, o DS4 terá câmbios manual e automatizado de seis marchas e três opções de motor a gasolina. Todos baseados no 1.6 turbinado desenvolvido em conjunto pela Peugeot-Citroën e pela BMW. O mais potente tem 200 cv e é igual ao do Peugeot RCZ. As versões de 118 e 152 cv completam a gama.

Dentro da proposta de transformar a marca DS numa grife, a Citroën vai comercializar seus modelos em pontos de venda especialmente concebidos para eles, em espaços fora dos show-rooms da marca. Essa estratégia também terá lugar no Brasil, onde desembarcam no fim do ano, simultaneamente, os três modelos da família - DS3, DS4 e o ainda inédito DS5 (veja texto à esq.). Ou seja, a família francesa de origem nobre vai ganhar uma mansão só para ela.



É DE FAMÍLIA
Misto de perua com ares de utilitário esportivo, o DS5 promete ser bastante diferente do C5. Com cerca de 4,60 metros, ele deverá ser mais curto do que o sedã em que se baseia. No seu caso, será mais próximo do Peugeot 3008, com quem compartilha a plataforma.




VEREDICTO
Mais curto e alto que um C4, o DS4 conquista pelo requinte do interior e pelo apuro estilístico, tanto da carroceria quanto do interior bem desenhado.

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