segunda-feira, 23 de maio de 2011

Volkswagen Jetta 2.0

Volkswagen Jetta 2.0
O novo VW Jetta chega este mês e aposenta dois modelos de uma tacada só. Ele substitui seu antecessor e o VW Bora, que nada mais era do que o Jetta de uma geração mais antiga que corria por fora no segmento dos sedãs médios. Para cumprir essa missão, o novo Jetta apresenta-se em três versões: Comfortline manual, Comfortline automática e a topo de linha Highline automática, com preços que vão de 65 755 até 89 520 reais, sem equipamentos opcionais.

A unidade mostrada nestas páginas é a Highline, apresentada aqui em voo solo, enquanto a Comfortline está na página 80 já perfilada com a concorrência, que também está renovada.

Esta é a sexta geração do Jetta. Pela primeira vez, o sedã ganha aparência própria, sem qualquer semelhança - além dos sinais típicos da marca - com o Golf, hatchback com que compartilhava a plataforma desde a primeira geração, de 1979. A base do Jetta 2011 é nova e diversa da utilizada pelo Golf, que chegou à sexta geração em 2008. A partir de agora, o Jetta deixa de parecer um Golf sedã. Capô, para-lamas, portas e área envidraçada ganharam design exclusivo. Mas o Jetta herda o estilo dos novos VW, com a grade dianteira horizontal, o conjunto ótico alongado e os vincos da carroceria predominantemente retos.

No primeiro contato que tivemos com o carro, na edição de agosto de 2010, quando participamos do lançamento para o mercado norte-americano, seu visual nos pareceu mais conservador que desta vez. Com mais tempo para contemplar suas linhas, chegamos à conclusão que, mesmo sendo discreto, ele tem toques de ousadia. Na dianteira, por exemplo, os designers criaram pequenas aletas horizontais, inspiradas em aerofólios adotados nas competições, que deram um ar bastante esportivo ao sedã. As lanternas traseiras recortadas também são futuristas. Só o capô, muito grande e plano, ainda parece antiquado e sem graça.

Internamente, não há surpresas. O design do painel e o dos instrumentos são atualizações do que estamos acostumados a ver a bordo dos VW. O desenho dos bancos, revestidos de couro nesta versão, merece destaque. Além de bonitos, eles apoiam bem o corpo e têm ajustes elétricos. Minha filha de 12 anos gostou da tela LCD no alto do console. "Legal, é touch!" O sistema de som, com oito altofalantes, que reproduz com qualidade arquivos digitais, recebeu elogios do pessoal da redação. Mas a recepção de rádio é apenas regular. Já dirigi carros que demoravam mais a perder o sinal das estações ao entrar em um túnel (uma avaliação involuntária que faço no percurso para o trabalho...).

O motor e o câmbio da versão Highline são os mesmos que equipam outros modelos da casa, como o Tiguan, na família VW, e o A3, na Audi. Essa dupla substitui com vantagens o conjunto antigo. Sai o motor 2.5 de cinco cilindros e 170 cv e entra um 2.0 de quatro cilindros, que apesar de menor gera 30 cv a mais de potência, totalizando 200 cv. A receita desse rendimento está na combinação de cabeçote multiválvulas (16, no total), comando de válvulas variável, sistema de injeção direta de combustível e, principalmente, turbo.

O câmbio automático sequencial dá lugar a um sistema automatizado, de dupla embreagem (ambos com seis marchas e a opção das trocas no modo manual, com comando na alavanca ou por meio de borboletas no volante). A versão Highline do Jetta é para quem procura um carro com desempenho superior. Isso ficou claro não só na pista de testes mas também no uso rotineiro, nas ruas e estradas, onde o motor demonstrou ter força de reserva.

Outra virtude do Jetta está na sua construção firme. A carroceria, bastante rígida, contribuiu para a boa dirigibilidade e o conforto a bordo. E essas características não são exclusivas desta versão, uma vez que a carroceria é a mesma nas duas configurações. Mas a Highline ganha maior equilíbrio em curvas, graças à suspensão multilink, na traseira - enquanto a Comfortline conta com um sistema semi-independente, com eixo de torção. A direção eletro-hidráulica também ajuda, dosando a assistência na medida certa para cada situação. Ao sistema hidráulico, presente na Comfortline, falta a progressividade.

No que diz respeito aos equipamentos, desde a versão mais simples, o Jetta traz quatro airbags (frontais e laterais dianteiros), ABS, ASR, ar-condicionado, volante revestido de couro, CD player, computador de bordo, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, protetor de cárter e rodas de liga leve, entre outros itens. A versão topo de linha acrescenta dois airbags de cortina, ESP, detalhes cromados (na grade dianteira e no painel), ar-condicionado dual zone com saídas para o banco traseiro, volante multifuncional, piloto automático, sensor crepuscular e sensor de chuva. A partir de junho será oferecido também um sistema de navegação por GPS, com mensagens de voz em português brasileiro. A unidade avaliada não tinha esse recurso, mas contava com sistema de comando de voz para o sistema de som e para o telefone celular conectado que falava português de Portugal - onde celular é "telemóvel". Em relação ao antecessor, o novo Jetta deixa de ter faróis de xenônio e câmera para auxiliar manobras de ré. Mas ainda conta com o teto solar elétrico e sensor de distância, entre as opções.

Com essas diferentes configurações, a VW quer colocar duas rodas no mercado de sedãs médios, formado por Toyota Corolla, Honda Civic e companhia, e duas no segmento de sedãs grandes, como Ford Fusion e Chevrolet Malibu.



CADA VEZ MAIOR
 
Como costuma ocorrer na indústria, a cada geração, o Jetta vai ficando maior. Na primeira, com design feito por Giorgetto Giugiaro, ele media 4,27 metros de comprimento e 2,40 metros de entre-eixos. Na quarta, que nós conhecemos como Bora, já alcançava 4,38 metros de comprimento e 2,51 de entre-eixos. Na quinta, que sai de linha agora, ele chegou a 4,55 e 2,58 metros, respectivamente. E a nova tem 4,64 e 2,65 metros.



DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A direção é firme, mas com assistência progressiva. A suspensão deixa o carro sempre em contato com o piso. Os freios poderiam ser mais eficientes.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO Essa dupla proporciona uma condução refinada e empolgante. E ainda apresenta boa relação desempenho/consumo.
★★★★★

CARROCERIA O estilo mistura ousadia e bom comportamento. O acabamento é de boa qualidade.
★★★★

VIDA A BORDO O acabamento não é luxuoso. Mas o espaço interno aumentou e há equipamentos para facilitar a vida de todos os ocupantes.
★★★★

SEGURANÇA É completo, com seis airbags e ESP de série.
★★★★

SEU BOLSO Seu preço subiu 10 000 reais, em relação ao Jetta 2.5 que foi descontinuado.
★★★



VEREDICTO
Ele custa quase 20000 reais a mais que seus pares. Mas entrega muito mais desempenho (e diversão) ao volante.

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