segunda-feira, 23 de maio de 2011

JAC J3 hatch

JAC J3 hatch
Para os frequentadores do AutoShopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo, os carros da JAC Motors não são novidade desde dezembro de 2010. Foi nessa época que a concessionária-piloto da marca começou a pré-venda dos veículos, que estrearam no Brasil no último Salão do Automóvel. Entre eles está o J3, a quem caberá colocar em operação nada menos de 46 revendas JAC simultaneamente, no dia 18. O preço de 37 990 reais - cobrado quando as pré-vendas foram iniciadas - baixou para 37 900 reais, ainda que os vendedores dissessem que ele aumentaria. Estratégia de convencimento, a mesma que diz que não haverá versão flex, já prevista para 2012. A novidade, mesmo para quem conhece o carro, é que a versão definitiva só começou a ser exposta recentemente. O modelo que será vendido tem acabamento superior. Bom o suficiente para colocar a JAC Motors no mapa de preocupações das fabricantes brasileiras atuais.

O responsável pela nova ofensiva chinesa é o empresário Sergio Habib. De importador Citroën em 1991 ele se tornou presidente da marca no país até 2008. Dono de 83 revendas de várias marcas, Habib diz ter ajudado a adaptar o J3 ao gosto brasileiro. Após eleger a marca JAC (cuja pronúncia ofical será "djéc") e escalar o J3 para o pontapé inicial, ele expôs ao fabricante suas premissas: o carro precisava responder mais rápido, ter suspensão mais firme, mais cuidado no acabamento e ser mais silencioso. De acordo com Habib, foram trocadas borrachas de vedação, o material de isolamento acústico foi reforçado, o tempo de resposta do acelerador eletrônico foi alterado e os revestimentos, substituídos. "O motorista chinês não anda rápido. Ele não gosta de trancos ou de respostas bruscas, quer suspensão muito macia...", afirma Habib, confiante de que as mudanças o ajudarão a concretizar o plano de transformar a JAC Motors Brasil de importadora em fabricante. Em dois anos.

Mas quais são as credenciais do J3 para entrar em divididas com craques de grandes torcidas no Brasil? Equipamento e preço. Além de travas, vidros e retrovisores elétricos, direção hidráulica e ar-condicionado, ele traz também airbags dianteiros e ABS com EBD. Em termos de motor, pelo menos nominalmente (na pista você vê logo a seguir), ele joga na defesa: é um 1.3, com exatos 1 332 cm³. Por que, então, chamá-lo de 1.4? "Questão de marketing. A Honda faz o mesmo com o Fit", disse Habib. É verdade. O motor do Fit tem 1 339 cm³.

Cabe ao J3 uma missão desafiadora. Além de apresentar a marca aos brasileiros e abrir caminho a modelos mais luxuosos, como J5 e J6, ele é um dos primeiros embaixadores da segunda onda chinesa a mostrar as credenciais. Tem de provar que é robusto, confiável e bom não só de preço, mas também de manutenção, seguro e revenda. Se ele tem méritos para isso ou não, é algo que você confere nas páginas seguintes.
 
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Tata Nano LX

Tata Nano LX
Ao apresentar o Tata Nano, em março de 2009, a Tata Motors mostrou o que até então parecia impossível: um carro de 2 500 dólares. Mas, se lançá-lo foi uma conquista, manter as vendas dentro das previsões tem se revelado uma tarefa mais desafiadora. A primeira dificuldade enfrentada pela fábrica indiana é justamente manter o preço numa faixa não tão distante do plano original. Pressionado pelo aumento nos custos de produção, o valor inicial de 100 000 rúpias (2 500 dólares) logo passou a 108 000 rúpias (2 700 dólares). E esse é o custo da versão mais simples. A topo de linha, mostrada aqui, com servofreio, ar-condicionado, travas e vidros elétricos, faróis de neblina e hodômetro digital, bate em 140 000 rúpias (3 500 dólares).
A popularidade do pequeno também não ganhou pontos com os cinco casos de Nano que se incendiaram logo nos primeiros meses de uso. A conjunção entre subida de preços e acidentes foi devastadora para as vendas, que, do pico de 9 000 unidades em julho de 2010, caíram para 509 em novembro do mesmo ano. A Tata reagiu: aumentou a garantia de 18 meses ou 24 000 km para quatro anos ou 60 000 km, ampliou a rede autorizada e facilitou o crédito ao consumidor, entre outras ações, e conseguiu subir para 5 784 unidades em dezembro e 6 703 em janeiro deste ano. A Tata divulgou também um laudo atribuindo a causa dos incêndios à instalação indevida de acessórios, e dizendo que, mesmo assim, tomaria medidas para proteger a parte elétrica e a região do escapamento do carro, onde o fogo teria começado.

A Tata afirma que já vendeu mais de 70 000 unidades do Nano e que 85% dos clientes estão entre "satisfeitos e muito satisfeitos", segundo suas pesquisas. Os pontos mais elogiados são o espaço interno, o desempenho e a dirigibilidade, de acordo com a fábrica. Mas, afinal, como anda o carro que era tido como missão impossível pelos outros fabricantes?

Não há nada de mais no Nano. As rodas de 12 polegadas são fixadas por apenas três parafusos. A direção é mecânica. E os freios, a tambor nas quatro rodas, só recebem assistência nas versões mais caras. Não há retrovisor do lado oposto ao do motorista, o limpador de para-brisa é único, as portas não têm limitadores nas dobradiças. A bateria vai instalada sob o banco do motorista para encurtar a fiação elétrica. E o acesso ao motor é feito pela cabine, uma vez que a tampa traseira é fixa. Em compensação, não há economia de espaço interno. Com 3,10 metros de comprimento, 1,50 de lagura e 1,60 de altura, o Nano acomoda bem quatro adultos e o motorista encontra uma posição de dirigir surpreendentemente boa. Eu me senti muito à vontade, mesmo se tratando de uma versão feita para o mercado indiano, com o volante no lado direito. Lembrei-me daquele carro conceito de Giugiaro, o Lancia Megagamma, em que o motorista viajava como se estivesse sentado em uma cadeira, posição que depois foi adotada pelas minivans. A ergonomia, porém, é ruim, porque os poucos comandos que existem geralmente ficam distantes das mãos.

Alerta de velocidade O Nano é muito fácil de dirigir, seu câmbio tem engates fáceis e as dimensões compactas ajudam nas manobras. O desempenho limitado é compatível com sua proposta, com motor de dois cilindros, com 623 cm³ de deslocamento, que gera 33 cv de potência e 4,9 mkgf de torque. Em nossa avaliação, atingimos os 102 km/h de velocidade máxima. A fábrica declara 110 km/h, mas quem tentou chegar lá diz que a 105 km/h surge um alerta no painel, dizendo que há risco de danos ao motor. Na prova de aceleração de 0 a 100 km/h, conseguimos o tempo de 31 segundos. E, na hora de parar, os freios foram tão discretos quanto o motor. Vindo a 60 km/h, o Nano precisou de 20 metros para frear os 600 kg de peso. A 80 km/h, esse espaço dobrou e a frenagem ocorreu de forma desequilibrada, com a carroceria desestabilizada. Seu ponto forte é o consumo. Obtivemos médias de 20 km/l, no regime urbano, e 25 km/l, na estrada, com gasolina - com o ar-condicionado desligado.

Em resumo, o Nano é um carro que anda bem em linha reta e de preferência no plano. Tivemos a oportunidade de experimentá-lo em rampas de 30 graus de inclinação e ele não se saiu mal, desde que viéssemos embalados e com apenas o motorista a bordo. Mas, ao tentar sair a partir de um ponto intermediário do aclive, tivemos de apelar para a ré... Nas curvas, o Nano não chega a desapontar. Mas sua carroceria inclina demais, em razão de seu centro de gravidade elevado, o que transmite certa insegurança.

Para o público a que foi destinado, famílias que usam pequenas motos como meio de transporte, o Nano é uma opção interessante, porque oferece mais conforto, protege da chuva e, na versão mais cara, tem até ar-condicionado. A versão mostrada aqui, que custa 3 500 dólares na Índia, chegaria por cerca de 11 000 reais, já com os impostos - o valor de duas Honda CG125 Fan. Sem dúvida, ele é mais que uma moto, mas não chega a ser um automóvel com todos os recursos que os modelos atuais mais caros dispõem. Se não levar isso em conta, o motorista pode ter problema ao fazer uma frenagem de emergência ou um desvio repentino, por exemplo.

Ainda que seja o automóvel mais limpo da Índia, com o índice de 101 g/km de CO2, o Tata Nano ainda fica a dever em termos de segurança, quando aspira ao mercado europeu. Para ser vendido por lá ele precisaria de airbags, um pesado golpe no seu ponto mais sensível, o preço. De fato, o maior desafio da Tata é provar a viabilidade em grande escala de sua pequena criação.



PRÓS
• Soluções criativas para reduzir custos
• Economia de combustível
• Baixas emissões
• Peso reduzido

CONTRAS
• Preço acima dos 2 500 dólares previstos
• Desempenho tímido
• Dirigibilidade limitada




VEREDICTO
O melhor dos mundos seria se o Nano entregasse mais desempenho e segurança ao preço original. Mesmo custando mais do que os 2 500 dólares planejados, o Nano ainda cumpre seu papel de carro mais barato do mundo

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Hyundai Sonata 2.0

Hyundai Sonata 2.0
Há fila por um Sonata nas concessionárias Hyundai. Segundo uma apuração feita entre as principais autorizadas de São Paulo, no início de fevereiro, o tempo de espera é de 60 a 90 dias. E olha que o belo sedã está longe de ser uma pechincha: a versão 2.4 custa 105 000 reais na tabela e não há um único real de desconto. Atenta aos movimentos do mercado, a marca cuidou de homologar uma versão mais mansa, com motor 2.0, cuja estreia deve acontecer somente quando a demanda pelo 2.4 se igualar à oferta. Avaliamos, com exclusividade e na pista, a novidade da Hyundai.

Esteticamente e em conteúdo, o Sonata 2.0 é absolutamente igual ao 2.4. Por um lado, isso é boa notícia, afinal é difícil encontrar alguém que não se encante pelas linhas sinuosas e futuristas da carroceria sedã-cupê, assim como pelo pacote completo, com direito a ar-condicionado automático de dupla zona, som completo, ABS, airbags frontais, laterais e de cabeça, controle de estabilidade, bancos elétricos e rodas aro 18. Por outro, não abre espaço para imaginar um preço muito inferior a 100 000 reais - de novo, o Grupo Caoa se negou a falar o preço oficial. Uma fonte ligada à marca aposta na chegada do Sonata 2.0 ainda no primeiro semestre. Versões menos equipadas (e mais baratas) só estariam nos planos a partir do segundo semestre de 2012.

Com 165 cv de potência e 20,2 mkgf de torque - no 2.4 são 178 cv e 23,3 mkgf -, o motor 2.0 não proporciona ao Sonata a dinâmica sugerida pelas linhas fluidas da carroceria. Na pista, como esperado, o futuro lançamento apresentou números modestos: 0 a 100 km em 12,4 segundos e retomadas de velocidade em 5 (40 a 80 km/h), 6,4 (60 a 100 km/h) e 8,2 segundos (80 a 120 km/h). Com motor 2.4, o Sonata fez as mesmas provas em 10,1 segundos (0 a 100 km/h) e 4,2, 5,5 e 7,1 segundos, respectivamente. A contrapartida do menor fôlego surge na hora de abastecer, uma vez que o 2.0 foi mais econômico que o 2.4 tanto no ciclo urbano (9,4 contra 8,2 km/l) quanto no rodoviário (14,1 ante 11,8 km/l) - ambos são movidos exclusivamente a gasolina.

O câmbio automático tem seis marchas e opção de troca sequencial por meio de borboletas atrás do volante. Eficiente, explora bem o motor, minimizando os efeitos da sua força limitada. De quebra, ainda proporciona certa esportividade à condução.



VEREDICTO
Se o Sonata 2.4 já não apresentava desempenho empolgante, com o 2.0 a carência de potência e torque é ainda mais perceptível. Se a diferença entre eles ficar mesmo em cerca de apenas 5000 reais, fique com o topo de linha.
 
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Volkswagen Jetta 2.0

Volkswagen Jetta 2.0
O novo VW Jetta chega este mês e aposenta dois modelos de uma tacada só. Ele substitui seu antecessor e o VW Bora, que nada mais era do que o Jetta de uma geração mais antiga que corria por fora no segmento dos sedãs médios. Para cumprir essa missão, o novo Jetta apresenta-se em três versões: Comfortline manual, Comfortline automática e a topo de linha Highline automática, com preços que vão de 65 755 até 89 520 reais, sem equipamentos opcionais.

A unidade mostrada nestas páginas é a Highline, apresentada aqui em voo solo, enquanto a Comfortline está na página 80 já perfilada com a concorrência, que também está renovada.

Esta é a sexta geração do Jetta. Pela primeira vez, o sedã ganha aparência própria, sem qualquer semelhança - além dos sinais típicos da marca - com o Golf, hatchback com que compartilhava a plataforma desde a primeira geração, de 1979. A base do Jetta 2011 é nova e diversa da utilizada pelo Golf, que chegou à sexta geração em 2008. A partir de agora, o Jetta deixa de parecer um Golf sedã. Capô, para-lamas, portas e área envidraçada ganharam design exclusivo. Mas o Jetta herda o estilo dos novos VW, com a grade dianteira horizontal, o conjunto ótico alongado e os vincos da carroceria predominantemente retos.

No primeiro contato que tivemos com o carro, na edição de agosto de 2010, quando participamos do lançamento para o mercado norte-americano, seu visual nos pareceu mais conservador que desta vez. Com mais tempo para contemplar suas linhas, chegamos à conclusão que, mesmo sendo discreto, ele tem toques de ousadia. Na dianteira, por exemplo, os designers criaram pequenas aletas horizontais, inspiradas em aerofólios adotados nas competições, que deram um ar bastante esportivo ao sedã. As lanternas traseiras recortadas também são futuristas. Só o capô, muito grande e plano, ainda parece antiquado e sem graça.

Internamente, não há surpresas. O design do painel e o dos instrumentos são atualizações do que estamos acostumados a ver a bordo dos VW. O desenho dos bancos, revestidos de couro nesta versão, merece destaque. Além de bonitos, eles apoiam bem o corpo e têm ajustes elétricos. Minha filha de 12 anos gostou da tela LCD no alto do console. "Legal, é touch!" O sistema de som, com oito altofalantes, que reproduz com qualidade arquivos digitais, recebeu elogios do pessoal da redação. Mas a recepção de rádio é apenas regular. Já dirigi carros que demoravam mais a perder o sinal das estações ao entrar em um túnel (uma avaliação involuntária que faço no percurso para o trabalho...).

O motor e o câmbio da versão Highline são os mesmos que equipam outros modelos da casa, como o Tiguan, na família VW, e o A3, na Audi. Essa dupla substitui com vantagens o conjunto antigo. Sai o motor 2.5 de cinco cilindros e 170 cv e entra um 2.0 de quatro cilindros, que apesar de menor gera 30 cv a mais de potência, totalizando 200 cv. A receita desse rendimento está na combinação de cabeçote multiválvulas (16, no total), comando de válvulas variável, sistema de injeção direta de combustível e, principalmente, turbo.

O câmbio automático sequencial dá lugar a um sistema automatizado, de dupla embreagem (ambos com seis marchas e a opção das trocas no modo manual, com comando na alavanca ou por meio de borboletas no volante). A versão Highline do Jetta é para quem procura um carro com desempenho superior. Isso ficou claro não só na pista de testes mas também no uso rotineiro, nas ruas e estradas, onde o motor demonstrou ter força de reserva.

Outra virtude do Jetta está na sua construção firme. A carroceria, bastante rígida, contribuiu para a boa dirigibilidade e o conforto a bordo. E essas características não são exclusivas desta versão, uma vez que a carroceria é a mesma nas duas configurações. Mas a Highline ganha maior equilíbrio em curvas, graças à suspensão multilink, na traseira - enquanto a Comfortline conta com um sistema semi-independente, com eixo de torção. A direção eletro-hidráulica também ajuda, dosando a assistência na medida certa para cada situação. Ao sistema hidráulico, presente na Comfortline, falta a progressividade.

No que diz respeito aos equipamentos, desde a versão mais simples, o Jetta traz quatro airbags (frontais e laterais dianteiros), ABS, ASR, ar-condicionado, volante revestido de couro, CD player, computador de bordo, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, coluna de direção com ajuste de altura e profundidade, protetor de cárter e rodas de liga leve, entre outros itens. A versão topo de linha acrescenta dois airbags de cortina, ESP, detalhes cromados (na grade dianteira e no painel), ar-condicionado dual zone com saídas para o banco traseiro, volante multifuncional, piloto automático, sensor crepuscular e sensor de chuva. A partir de junho será oferecido também um sistema de navegação por GPS, com mensagens de voz em português brasileiro. A unidade avaliada não tinha esse recurso, mas contava com sistema de comando de voz para o sistema de som e para o telefone celular conectado que falava português de Portugal - onde celular é "telemóvel". Em relação ao antecessor, o novo Jetta deixa de ter faróis de xenônio e câmera para auxiliar manobras de ré. Mas ainda conta com o teto solar elétrico e sensor de distância, entre as opções.

Com essas diferentes configurações, a VW quer colocar duas rodas no mercado de sedãs médios, formado por Toyota Corolla, Honda Civic e companhia, e duas no segmento de sedãs grandes, como Ford Fusion e Chevrolet Malibu.



CADA VEZ MAIOR
 
Como costuma ocorrer na indústria, a cada geração, o Jetta vai ficando maior. Na primeira, com design feito por Giorgetto Giugiaro, ele media 4,27 metros de comprimento e 2,40 metros de entre-eixos. Na quarta, que nós conhecemos como Bora, já alcançava 4,38 metros de comprimento e 2,51 de entre-eixos. Na quinta, que sai de linha agora, ele chegou a 4,55 e 2,58 metros, respectivamente. E a nova tem 4,64 e 2,65 metros.



DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A direção é firme, mas com assistência progressiva. A suspensão deixa o carro sempre em contato com o piso. Os freios poderiam ser mais eficientes.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO Essa dupla proporciona uma condução refinada e empolgante. E ainda apresenta boa relação desempenho/consumo.
★★★★★

CARROCERIA O estilo mistura ousadia e bom comportamento. O acabamento é de boa qualidade.
★★★★

VIDA A BORDO O acabamento não é luxuoso. Mas o espaço interno aumentou e há equipamentos para facilitar a vida de todos os ocupantes.
★★★★

SEGURANÇA É completo, com seis airbags e ESP de série.
★★★★

SEU BOLSO Seu preço subiu 10 000 reais, em relação ao Jetta 2.5 que foi descontinuado.
★★★



VEREDICTO
Ele custa quase 20000 reais a mais que seus pares. Mas entrega muito mais desempenho (e diversão) ao volante.

Toyota Corolla GLi 1.8

Toyota Corolla GLi 1.8
Na categoria dos sedãs médios, ninguém pode piscar. Nem mesmo - e por isso mesmo - o líder do mercado no segmento, caso do Toyota Corolla. Lançada em 2008, como linha 2009, a décima geração do modelo chega às lojas este mês renovada, já como linha 2012.
A mudança mais evidente está no design. O Corolla ganhou nova frente, com a troca de grade, faróis e para-choque, e nova traseira, com a substituição das lanternas, do para-choque e da moldura da placa. Nas versões mais caras, XEi e Altis, as lanternas usam leds, enquanto as demais têm lâmpadas convencionais. Matematicamente, as intervenções foram poucas. Mas a aparência do carro mudou, como você pode ver nas fotos. O objetivo dos designers foi deixar o sedã maior: os para-lamas ficaram mais encorpados, percepção ressaltada pela adoção de linhas horizontais (na grade dianteira e no friso do porta-malas), que reforçam a impressão de largura.

Na cabine, o design é o mesmo apresentado em 2008. As alterações ali se resumem a detalhes. Em todas as versões, com exceção da topo de linha Altis, o painel ganhou novas tonalidades de cinza: escura, na parte superior, e clara, na inferior. E a Altis, que tem acabamento bege, ganhou novos apliques que imitam madeira, mais escuros. Novidade, também, é a tomada auxiliar, no console. E os revestimentos dos bancos de tecido têm novas padronagens.

Aproveitamos a apresentação da nova linha 2012 para testar as duas versões que, segundo a fábrica, são as preferidas do público: a XEi, que responde por 54% das vendas, e a GLi, com 27% de participação. A XEi é equipada com motor 2.0 16V. A GLi 1.8 16V, mostrada aqui, ganha tratamento individualizado.

Além do design atualizado, a versão GLi tem outra alteração importante: a nova geração do motor 1.8, que recebeu as melhorias trazidas pelo 2.0 incorporado à linha no ano passado. Sua estrutura (bloco e cárter de alumínio) foi refeita para ganhar maior rigidez, tendo como benefício o menor nível de vibração. O cabeçote, de alumínio, agora conta com comando variável não só na admissão, mas também no escape, o que contribui para o melhor controle do fluxo de gases e, consequentemente, para o maior rendimento. Ou seja: desempenho com menores consumo e emissões. O acionamento das válvulas também foi aperfeiçoado, com tuchos hidráulicos e balancins roletados, para a redução do atrito. E a refrigeração dos pistões passou a contar com jatos de óleo, tornando-se mais eficiente. A taxa de compressão, que era de 11,3:1, passou para 12,0:1, o que favorece o uso de etanol. Para garantir a queima completa, as velas convencionais foram trocadas pelas de irídio, que ajudam na expansão da centelha.

Na prática, a potência subiu de 136 para 144 cv e o torque foi de 17,5 para 18,6 mkgf, rodando com álcool. Mas essas melhorias não são fáceis de perceber, quando se está ao volante. Segundo a fábrica, o Corolla ficou cerca de 3% mais rápido nas acelerações e retomadas e 16% mais econômico. Em nossa pista de testes, ele teve um rendimento dentro do esperado. Fez de 0 a 100 km/h em 11,3 segundos e ficou com as médias de 6,9 km/l, nas medições de consumo urbano, e 9 km/l, no ciclo rodoviário. O câmbio, de quatro marchas, não mudou.

Estável, no preço No dia a dia, o Corolla continua o bom sedã de sempre, com seu rodar confortável ao mesmo tempo que exibe uma dirigibilidade exemplar. Sua direção elétrica - leve, quando o carro se desloca na cidade, em baixa velocidade, e mais firme, na estrada - segue os comandos do motorista com obediência canina. E a suspensão, apesar da calibragem macia, assegura um bom nível de estabilidade. No limite da aderência, o Corolla tende a sair de frente, mas ele tem um comportamento bastante previsível e avisa o motorista muito antes.

Uma boa notícia para os pretendentes do Corolla é que o preço subiu apenas 500 reais, em média, para todas as versões - exceto para a Altis, que ficou 1 680 reais mais barata. Para a GLi automática, mostrada aqui, o valor passou de 70 030 reais para 70 580 reais. E a Altis, que custava 88 250 reais, agora sai por 86 570 reais. Em se tratando de preço de um modelo novo, mais do que nunca vale a máxima em inglês: "no news, good news".



TRANSFORMAÇÃO


Como num passe de mágica, a Toyota mudou a aparência do Corolla sem mexer na carroceria. Para isso, trocou para-choques (de plástico), grade e faróis e lanternas, que ocuparam o mesmo lugar dos anteriores.




DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO A direção é leve na cidade e firme na estrada. A suspensão garante a estabilidade. E os freios são seguros.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO O motor evoluiu bastante, mas o câmbio automático continua com quatro marchas, apenas.
★★★

CARROCERIA A reestilização deixou o Corolla mais bonito. Pena que as mudanças foram apenas na parte exterior.
★★★

VIDA A BORDO Alguns dispositivos, como as alavancas de abertura do porta-malas e do tanque de combustível, denunciam a idade avançada do projeto.
★★★

SEGURANÇA Vem com duplo airbag, ABS e EBD.
★★★

SEU BOLSO Diante das novidades apresentadas, o preço subiu pouco.
★★★★




VEREDICTO
A reestilização é bem-vinda e, apesar das evidências de que envelheceu, o Corolla ainda agrada pela dirigibilidade.

Volkswagen Passat

Volkswagen Passat
Apresentado para o público brasileiro no Salão do Automóvel de São Paulo, o novo Volkswagen Passat chega oficialmente ao país. Disponível nas versões sedã e perua, o modelo passou por pequenas mudanças estéticas e ficou recheado de equipamentos e sistemas tecnológicos.

Na dianteira, o Passat se adequou ao padrão visual da marca alemã, com faróis retilíneos e grade com quatro barras transversais – o desenho ficou parecido com o adotado no novo Jetta. Os faróis de neblina ficam na parte inferior, que agora inclui outra entrada de ar com aletas cromadas. O spoiler frontal deixa o carro com ar de esportivo.

O Passat também ficou maior e ganhou mais espaço interno. Agora, a sétima geração do sedã tem 4.769 mm de comprimento. Na versão Variant, o comprimento chega a 4.771 mm.

Já a traseira ficou mais leve e elegante e ganhou estilo próprio. As lanternas invadem as laterais, a parte inferior possui um friso cromado e a saída de escape é dupla. O novo design destaca o forte caimento entre o teto e a traseira, deixando o sedã com perfil baixo.

De equipamentos tecnológicos, a nova geração do Passat conta com Emergency City Break (ECB), uma evolução dos sistemas de controle de velocidade e distância, no qual avisa o motorista em caso de perigo iminente. Segundo a Volkswagen, o sistema pode até parar automaticamente o carro em velocidades abaixo de 30 km/h.

Além do ECB, o novo Passat traz o XDS (bloqueio diferencial transversal), que corrige uma eventual derrapagam por falta de aderência das rodas dianteiras. Já o park Assist II, opcional, estaciona o veículo em vagas menores, ajuda a sair delas e estaciona de ré perpendicularmente. Há, ainda, um detector de fadiga, que avisa o motorista em caso de desatenção. O pacote de segurança inclui também monitoramento dos pneus, freios ABS, seis airbags e faróis bixenônio direcionais.

Por dentro, os assentos foram redesenhados e ganharam nova forração e o console ganhou novo layout. O sistema de infotainment conta com tela touch e pode vir com GPS sistema de navegação opcional. De série, o Passat vem com partida por meio de botão, rádio CD Player com Bluetooth, ar-condicionado dual-zone, função auto-hold, teto solar e sensores de chuva e de estacionamento.

Sob o capô, o motor TSi 2.0 16V, o mesmo do novo Jetta turbo, ganhou um intercooler mais eficiente e agora gera 211 cv de potência. O câmbio DSG é automatizado de seis velocidades, com dupla embreagem.


 

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Audi A6 Avant

Audi A6 Avant
As famílias abastadas já possuem uma nova opção para sua garagem. A nova geração da A6 Avant com uma pegada mais esportiva, tanto no design quanto no desempenho. A perua adota o visual do novo A6, que por sua vez bebeu na fonte do A8.

Os faróis com desenho esportivo possuem os tradicionais LEDs que equipam todos os modelos da Audi. A grade hexagonal, também marca registrada dos carros de Ingolstadt, é outro elemento que salta aos olhos na parte da frente. O teto tem uma bela queda em direção à traseira, que possui visual limpo e lanternas divididas pela tampa do porta-malas.

O interior entrega o que se espera de um Audi. Os materiais empregados no acabamento são de primeira qualidade e o painel envolve motorista e passageiro, que contam com todos os comandos principais ao alcance das mãos. A generosa lista de equipamentos inclui head-up display, bancos dianteiros com aquecimento e refrigeração, sistema de navegação MMI – que inclui conexão sem fio à Internet – e o potente sistema de som da dinamarquesa Bang & Olufsen.

O porta-malas oferece uma capacidade volumétrica de 565 litros, que pode ser ampliada para 1.680 litros com o banco traseiro rebatido. Como item opcional, a A6 Avant pode ser equipada com um sistema automatizado que abre a tampa traseira automaticamente. Para isso, segundo a Audi, basta movimentar seu pé debaixo do para-choque.

Por ora, a perua terá cinco opções de motorização. Entre os propulsores que bebem gasolina, a Audi oferece um 2.8 FSI V6, com 204 cv, e o já conhecido 3.0 TFSI V6, usado em outros modelos da marca e que entrega 300 cv. No time dos motores diesel, temos o 2.0 TDI, com 177 cv, e o 3.0 TDI V6, com 204 cv. Futuramente, haverá outra opção, com 313 cv.

Dependendo do motor, a perua pode ser equipada com transmissão manual de seis velocidades, automática de sete marchas ou tiptronic com oito velocidades. A tração do modelo é frontal nas versões mais básicas, sendo que a tração integral quattro é oferecida como opcional.

A A6 Avant começa a ser vendida no segundo semestre, com preços que começam em 40.850 euros na Alemanha
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domingo, 1 de maio de 2011

J3 x Agile x Fiesta x Fox x Sandero

J3 x Agile x Fiesta x Fox x Sandero
Se a aprovação pelo mercado (em vendas) fosse um critério classificatório, o segmento dos compactos premium teria entre os quatro primeiros colocados VW Fox, Ford Fiesta, Chevrolet Agile e Renault Sandero, nessa ordem, segundo dados da Fenabrave para 2011. Segmento dos mais concorridos, a relação de candidatos por vaga na garagem não para de aumentar. O mais novo calouro é o JAC J3. Para recebê-lo, convocamos a turma dos quatro veteranos com melhor desempenho nas lojas. Ficaram abaixo da nota de corte VW Polo, Chevrolet Corsa, Fiat Punto, Citroën C3 e Peugeot 207.

Diferentemente da maioria de seus conterrâneos, o J3 não tem no preço seu mais vistoso diferencial. Aliás, o dele está próximo do de todos os citados acima. Sua maior virtude está no conteúdo. Ele é o único, entre os concorrentes selecionados, a oferecer ar-condicionado, direção hidráulica, vidros (nas quatro portas), travas e retrovisores elétricos, rodas de liga leve (de aro 15), ABS com EBD e airbags dianteiros de série. Só não vem com pintura metálica, único opcional que o carro admite e que eleva seu preço em 990 reais, para 38 890 reais. Bancos de couro e tapetes personalizados, como os do carro fotografado para esta reportagem, são vendidos como acessórios.

O preço do JAC pode ser próximo do dos concorrentes, mas mesmo completo (com pintura metálica) ele custa menos que Fox Prime (que traz direção hidráulica, ABS, airbags e nada mais), Agile LTZ e Sandero Privilège básicos. Estes dois últimos se preocupam só com itens de conforto. ABS e airbags elevam seus preços para 45 744 reais e 44 140 reais, respectivamente. Só o Fiesta custa menos que o J3, mas vem apenas com alarme e travas elétricas.

O valor de seguro também ajuda o chinês. Pelo índice Car Group, do Cesvi, o J3 é o segundo hatch pequeno mais fácil e barato de reparar, com índice 13. Perde só para o Fox, que tem índice 10 (quanto menor, melhor). Com isso, ele terá um seguro estimado em torno de 1 100 reais por ano, só 2 reais mais caro que o do Sandero, de 1 098 reais, segundo cotação da corretora Nova Feabri. Ficará cerca de 300 reais mais barato que o do Fiesta, o mais caro deste grupo.

As revisões são outro exemplo da estratégia da JAC. Elas serão a cada 5 000 km, fora a primeira, gratuita, aos 2 500 km. A explicação para a frequência é cuidado. Como as trocas de óleo têm de ser feitas nos mesmos intervalos, as concessionárias da JAC Motors querem acompanhar como os carros estão se saindo com os consumidores, estreitando o contato deles com a rede. "No futuro, é possível que façamos revisões apenas a cada 10 000 km", disse Luiz Cesar Inoue, gerente de pesquisa e desenvolvimento da marca. Mesmo mais frequentes, mantidos os preços atuais, elas deverão custar menos que as de seus oponentes até os 60 000 km. Somadas, ficarão em 1 575 reais, ou 273 reais mais em conta que o segundo pacote mais barato até a mesma quilometragem, o do Fox Prime. A mais cara, de 40 000 km, custa 396 reais. Em relação ao Sandero, o hatch com as revisões mais caras, a diferença fica em 1 376 reais.

Ainda no sensível capítulo "bolso", no qual também contamos com a ajuda da Audatex, para a cotação das peças, o pacote do J3 promete ser o mais barato. Sairá por 1 297 reais, ou 793 reais mais barato que o kit do segundo colocado, o Ford Fiesta 1.6, que custa 2 090 reais. O conjunto mais caro é o do Sandero, que sai por 2 403. Vale lembrar que, além de oferecer três anos de garantia, como o Renault, o J3 é o único compacto a apresentar motor com comando de válvulas acionado por corrente, que torna o risco de avaria no cabeçote menor que o de carros que usam correia, componente que exige trocas periódicas.

Ao volante Quem está acostumado a conceder descontos automáticos ao acabamento, quando se trata de modelos chineses, poderá se surpreender com o J3. No modelo que vimos na concessionária, as portas apresentavam desalinhamento, a lingueta de abertura do capô era frouxa, os plásticos eram frágeis demais, sujeitos a riscos, e a coluna de direção deixava fios à mostra. Isso não se repetiu no J3 que testamos, já parte do primeiro lote, composto de 500 carros, destinado às 46 revendas. Segundo a JAC, uma equipe brasileira se alterna na China para inspecionar cada unidade dos modelos importados para cá. Só embarca quem estiver dentro do padrão de qualidade. Ainda há problemas, como o aerofólio de superfície irregular, a tampa do porta-luvas com folga e algumas rebarbas no volante e na manopla do câmbio. Poucas. A JAC afirma que deve sanar tudo nos próximos lotes. O primeiro só não veio com tudo corrigido, segundo a marca, porque não havia tempo para isso.

No painel, a busca por aprovação levou a JAC a adotar uma iluminação azul com ponteiros vermelhos, idêntica à usada pela Volkswagen. Não é das melhores, especialmente para dirigir à noite, mas é familiar. Conta-giros e velocímetro são concêntricos. Há também marcadores de temperatura do motor e do nível de combustível nas laterais do painel.

Considerando que o entre-eixos do J3 é só 3 cm melhor que o de um Fiat Palio, espanta constatar que há espaço suficiente para ocupantes acima de 1,80 metro. A façanha é obtida com assentos altos, mesma estratégia do Fox, e com o máximo aproveitamento do entre-eixos: o assento traseiro fica bem em cima do eixo. O custo disso é um acesso mais difícil aos bancos de trás, com parte da caixa de roda no caminho. O porta-malas, segundo o método VDA, comporta 346 litros. Bate os 327 litros do Agile e os 320 do Sandero. É o maior da categoria e supera até o do Honda Civic, um sedã médio, em 6 litros.

A posição de dirigir é boa, mas poderia ser melhor se houvesse regulagem de altura do banco do motorista e dos cintos de segurança dianteiros, de série nos concorrentes aqui reunidos. Só a coluna de direção tem ajuste de altura, com boa amplitude. E uma apara de borracha que esconde a fiação. No Fox, a regulagem disponível é de altura e de distância. No Agile, só existe regulagem de altura. No Sandero, nem isso.

O motor "1.4" gera bons 108 cv a 6 000 rpm. Só com gasolina, por ora. O torque, de 14,1 mkgf, surge a altos 4 500 rpm, único pênalti do carro no que se refere a desempenho, ainda que isso só fique evidente em situações específicas, como subidas íngremes. No trânsito ou em ultrapassagens, o motor responde à altura. Não há indícios de apatia - típica de motores pequenos - por obra do comando variável de válvulas, outro recurso sofisticado para um carro compacto. Ele privilegia torque em baixas rotações e potência nas altas. Na pista, mesmo com motor menor que o do Agile e sem usar álcool, o J3 acelerou e retomou muito próximo do Chevrolet. Ficou perto também do Sandero, que tem motor 1.6. Os outros dois carros 1.6, Fox e Fiesta, se destacaram um pouco mais desse grupo, especialmente em aceleração e retomadas.

O J3 também foi bem nas frenagens, perdendo por pouco para Fox e Agile. Deste último, só de 80 km/h e de 60 km/h à imobilidade. De 120 km/h a 0, o J3 se saiu melhor. Os engates do câmbio do chinês são macios e precisos, com exceção da ré, que às vezes engata, às vezes não. O Fiesta faz a mesma coisa. Os outros modelos se equivalem em precisão e maciez.

A suspensão do JAC é independente nas quatro rodas, com amortecedores Tokico, marca conhecida por atuar em competições. A traseira não usa eixo de torção, como os concorrentes e até muitos modelos médios. Ela é dual link, com dois braços longitudinais e um braço tensor. Alta, ela dá ao J3 o aspecto de um "utilitário leve", mas sem os penduricalhos off-road. Na prática, o JAC encara lombadas, valetas e buracos sem acusar as pancadas. Apesar da altura, ele é firme, mesmo em curvas rápidas, comparável ao Fiesta, cuja suspensão tem o melhor compromisso entre conforto e interação com o motorista. Apesar de o Fox não inclinar muito, a posição alta de dirigir desencoraja uma condução mais atrevida. A do Agile não é desconfortável, mas também não é comunicativa.

Em termos de consumo, o fato de usar só gasolina poderia colocar o J3 em uma vantagem injusta (assim como os que usaram álcool ficaram com vantagem em desempenho). Para equalizar as coisas, medimos o custo a cada 100 km em circuito urbano, considerando o litro da gasolina em 2,60 reais e o do álcool a 1,90 real, as médias nacionais de preço para esses dois combustíveis segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo). O J3 passa em primeiro lugar na prova: com gasolina, gasta 23,60 reais só com combustível para rodar 100 km. Com álcool, o segundo lugar foi do Fiesta, com 24,10 reais. O último foi o Fox, que consome 28,80 reais para rodar 100 km na cidade.

No que se refere a segurança passiva, a que defende os ocupantes em caso de batida, os recentes testes da LatinNCAP mostram que ainda há muito a caminhar para saber que modelos defendem seus ocupantes. Pequenos, compactos premium ou quaisquer outros. Nacionais e importados. Até lá, esperamos.

Na hora de determinar quem perde e quem ganha, a lanterna ficou com o Chevrolet Agile LTZ. Quase tão grande quanto um Sandero, mas com motor mais fraco que o do J3, ele não prima por comportamento dinâmico, estilo ou conforto. O volante não tem regulagem de distância, o assento é curto, com pouco apoio para as coxas, e o carro fica leve em alta velocidade. A relação custo-benefício era seu maior mérito, apesar dos problemas de acabamento, evidenciados pela pior performance em nível de ruído deste comparativo. A questão é que essa relação não se sustentou com o tempo. A concorrência diminuiu os preços, tanto de compra quanto de equipamentos, e reduziu os custos de seguro e manutenção. No quesito preço, o Agile fica atrás do J3 e do Fiesta e empata com o Sandero, que se sai melhor em outros indicadores.

O quarto lugar é do VW Fox Prime. Ainda que tenha sido o melhor nas provas de desempenho, ele oferece pouco pelo que custa. Praticamente tudo é opcional, a não ser por ABS, direção hidráulica e airbags. Vidros, travas e alarme são à parte, numa lista que, para equipará-lo ao J3, o encarece em 9 350 reais. O Fox também peca em porta-malas e em espaço interno, apesar de seu bom entre-eixos, 7 cm maior que o do JAC. Se há algo em que ele serve de referência é no acabamento e na ergonomia.

O Ford Fiesta não tem grandes méritos em nenhuma categoria. É o equilíbrio que o coloca em posição intermediária, o terceiro lugar. Ele tem consumo, desempenho, visibilidade e conforto medianos. Suas reestilizações tiraram do carro a harmonia original, mas pelo menos fazem com que ele soe novo até a chegada de sua nova geração, cotada para vir inicialmente do México. O modelo atual pode continuar em linha por ser espaçoso e bom de dirigir, com diâmetro de giro pequeno equipado com direção hidráulica, opcional. Se não oferece muito de série, como o Fox, o Fiesta pelo menos não cobra o que não deve.

Em segundo lugar, pelos números, seria de esperar que viesse o Renault Sandero, mas deu empate. Optamos por dar o posto ao J3. Mas por que, se ele promete ser o mais barato do mercado? O mais completo? Ser robusto, ter o seguro mais baixo, o pacote de manutenção mais em conta? Garantia de três anos, que pode ser de seis se o carro for comprado até 18 de março na concessionária-piloto? Exatamente por isso: porque ele promete. Até cumprir, preferimos tratá-lo como é: um modelo bastante promissor.

O Sandero chega a mais uma vitória com uma extensa lista de lição de casa para fazer. Seus números de frenagem são ruins comparados com os dos concorrentes. Seus preços já foram mais atraentes. O pacote de peças é o mais caro do mercado, assim como o de suas revisões. Em compensação, ele é espaçoso como um hatch médio, tem o seguro mais barato, três anos de garantia, como o J3, e já ganhou comparativos anteriores, além da pesquisa Os Eleitos de 2010 em seu segmento. Seu principal mérito é ter ganhado a confiança do consumidor, a mesma e maior pretensão do melhor chinês que já testamos até agora. Pode ser mera questão de tempo.



5º AGILE LTZ

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Com o maior diâmetro de giro do comparativo, o que o torna mais difícil de manobrar, o Agile também peca por falar pouco com a pista.
★★★

MOTOR E CÂMBIO O 1.4 deste Chevrolet consome mais que o 1.6 do Fiesta e tem menos força.
★★★

CARROCERIA O estilo polêmico foi evidenciado pela própria Chevrolet com o lançamento do Aveo/Sonic no exterior. Ele é do mesmo segmento, mas muito mais harmonioso.
★★★

VIDA A BORDO Ainda que ofereça bom espaço de cabine e de porta-malas, o Agile tem muitos problemas de acabamento.
★★★

SEGURANÇA Já que vem tão completo, o Agile LTZ poderia incluir ABS e airbags de série.
★★★

SEU BOLSO A versão LTZ vem bem recheada, mas cobra mais do que os concorrentes pelo que oferece.
★★★




4º FOX PRIME

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
O Fox esterça bem e tem boa suspensão. Foi o melhor nas frenagens, mas a posição de dirigir alta não é das melhores.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO Nos testes de desempenho, o Fox também foi o que se deu melhor. Seu consumo, de todo modo, não precisava ser o mais elevado.
★★★★

CARROCERIA Renovado no ano passado, o modelo vai ditar as mudanças no Polo e no Gol para 2011.
★★★★

VIDA A BORDO Apesar do bom entreeixos, o Fox não oferece espaço condizente. Seu porta-malas é o menor do comparativo.
★★★

SEGURANÇA ABS e airbags dianteiros são de série na versão Prime, o que já o coloca em vantagem diante dos concorrentes nacionais.
★★★★

SEU BOLSO Fora os itens de segurança, o Fox não precisava cobrar tanto por tão pouco.
★★





3º FIESTA 1.6

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
O Fiesta precisa melhorar nos freios, que só são melhores que os do Sandero. A direção tem peso correto e a suspensão é referência.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO Bom conjunto motriz garantiu ao Fiesta tempos próximos aos do Fox, o melhor na pista.
★★★★

CARROCERIA Ainda que o modelo original fosse mais bonito, a segunda reestilização garantiu fôlego ao hatch.
★★★

VIDA A BORDO Espaçoso e com bom porta-malas, o Fiesta melhorou bastante em nível de acabamento.
★★★★

SEGURANÇA Quem quiser ABS e airbags terá de pagar por eles, mas o valor é competitivo.
★★★

SEU BOLSO O modelo mais barato do comparativo sem opcionais ainda tem bom preço quando vem equipado, mas os pacotes de equipamento são restritivos.
★★★



2º JAC J3

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Suspensão independente na traseira, freios eficientes e o menor diâmetro de giro dão ao JAC vantagem sobre os concorrentes veteranos.
★★★★

MOTOR E CÂMBIO Comando de válvulas variável acionável por corrente faz o J3 parecer um modelo médio. Mas o motor continua pequeno.
★★★

CARROCERIA O carro é bem construído, com portas bem alinhadas e folgas pequenas entre os painéis da lataria.
★★★

VIDA A BORDO Espaço interno é bem aproveitado e o acabamento é bom, ainda que precise ser aperfeiçoado.
★★★

SEGURANÇA Com airbags dianteiros e ABS com EBD de série, o J3 aponta uma tendência importante: preocupação com segurança.
★★★★

SEU BOLSO Três anos de garantia, preço mais em conta e seguro, revisões e peças com a promessa de serem os mais baixos do mercado fazem o J3 desbancar o Sandero como a pechincha em seu segmento.
★★★★



1º SANDERO PRIVILÈGE

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Apesar de ter boa suspensão e direção correta, os freios do Sandero o penalizam neste quesito.
★★★

MOTOR E CÂMBIO O motor 1.6 tem bom torque em baixas rotações, mas poderia render melhor. O câmbio, se não brilha, não compromete.
★★★

CARROCERIA O estilo do Sandero agrada, mas está fadado a mudar ainda este ano. Será sua primeira reestilização.
★★★

VIDA A BORDO Ainda que o acabamento seja simples, ele é bem feito. E o espaço que o Sandero oferece é o mais generoso do segmento.
★★★★

SEGURANÇA ABS e airbags dianteiros são opcionais e não encarecem tanto o preço do Renault. Mas poderiam ser de série.
★★★★

SEU BOLSO A boa oferta de equipamentos de série da versão Privilège a torna uma opção a considerar para quem não dispensa ar-condicionado e direção hidráulica.
★★★★



VEREDICTO
Com promessa de custo-benefício imbatível em seu segmento, seja na compra, seja na manutenção, o JAC J3 só não ganhou este comparativo porque ainda precisa provar a que veio. Mesmo assim, deixou Fiesta, Fox e Agile para trás. Só não venceu o Renault Sandero Privilège, modelo médio vendido a preço de pequeno, que deve ser reestilizado este ano.



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